23.1.04

Abandonos

Por mais superficiais que sejam as nossas relações, não conseguimos evitar deixar coisas em casa uns dos outros, que nos obrigam a um retorno final ao local do crime, depois da separação. Abandonamos pertences em territórios alheios, como uma forma de investimento na relação, de declaração de intenções, de materialização de laços apenas existentes no domínio precário dos afectos. Ninguém gosta de reconhecer que o fim está à vista, muito menos que a relação está condenada à partida.

0 Comentários:

Enviar um comentário

<< Home