29.1.04

Embirrações

No programa "Eterno Feminino" (Quartas-feiras, na Antena 1, à meia-noite) de ontem, uma das senhoras, transpirando o seu feminismo sofisticado de tia com muito tempo livre, dizia que já não tinha pachorra para a figura da jovem formada em filosofia, que não gosta do que escreve, e que não sabe o que quer da vida, do "Lost in Translation". Realmente, vendo a personagem isoladamente, ela presta-se a um crítica deste tipo. No entanto, em bom rigor, no filme, a Charlotte não existe, assim como não existe o Bob. Existe apenas a aproximação entre os dois. Não são relevantes individualmente, são relevantes como duo, impelidos um para o outro pelo vazio que os envolve. O papel principal é desempenhado por uma silenciosa sedução, e nesse aspecto o filme é intocável.

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