Na esquina
Uma prostituta, nos seus quarenta e muitos anos, fez de seu posto de trabalho uma das esquinas do liceu Maria Amália. Nos intervalos entre confissões, ela canta o fado, orgulhosamente só. Já me interroguei várias vezes sobre o que levaria um homem a optar por aquela senhora e não pela loira do leste, que se instalou uns metros mais acima. Foi aí que me veio à cabeça, como possível justificação, a tal materna doçura e a saudade de um tempo em que também Portugal estava orgulhosamente só, e que só aos poucos vai acabando, mesmo em Lisboa.
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