11.3.04

Contingências

Aqui há uns anos, um senhor, ao saber que eu era canhoto, disse-me com candura que uma das suas filhas também o era, e que assim que o descobriram, a primeira coisa que fizeram foi levá-la ao médico para ele a curar. Na altura, achei que isto era mais um exemplo de uma alarvidade produzida pela ignorância popular. Hoje em dia, compreendo o homem.

Apercebendo-me que ponho invariavelmente as chaves do carro no bolso esquerdo da calças, e que ao sair de casa levo sempre coisas na mão esquerda, o facto de ser canhoto restringe diariamente a minha mobilidade ao impedir-me de entrar no carro sem desmontar a parafernália que carrego. Esta característica aparentemente inócua, tornou-se apenas mais uma irritação matinal que infelizmente vai continuar comigo, mesmo que eu passe a usar o sistema de transportes de Lisboa, ao contrário do que o Dr. Santana Lopes me anda a vender.

Nota: presumo que o mesmo se passe com as pessoas dextras, mas o rigor científico não é para aqui chamado...

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