Pap' Açorda ou o livro de reclamações
No sexta fui a este estabelecimento de renome da cena gastronómica lisboeta. Depois de ter levado com os condicionamentos dos turnos quando tentei reservar uma mesa para as 21:30, acabei por marcar o jantar para as 22:30. Cheguei quando me mandaram. Ao entrar, deparei-me com uma fila de quinze pessoas que esperavam pela mesa que tinham reservado. Fiquei uma hora à espera, e lá me arranjaram uma. Felizmente, também eu tinha reserva. Duas horas depois, satisfeito com o repasto, apresentaram-me uma conta modesta de 56 € por pessoa. Lembrei-me de ter lido nesse dia que o preço médio de uma refeição no Arzak (um três estrelas da Michelin em San Sebastian) ronda os 80 € - 100 €, sem vinhos. No nosso caso o vinho custou 10 € por cabeça.
O Pap' Açorda é uma fogueira das vaidades provinciana. É um pedaço de Nova York, escondido no Bairro Alto, cheio de portugueses vindos da neve e do Brasil. A palhaçada das reservas é inaceitável. O serviço, com a sua tonalidade de homossexualidade agressiva disfarçada de profissionalismo, fica-se pelo adequado. A comida estava muito boa. O preço é um roubo. Em Portugal, felizmente, não faltam sítios onde se pode comer tão bem ou melhor do que no Pap' Açorda, com um atendimento agradável e verdadeiramente profissional, por metade do preço (pelo menos).
Eventualmente até podia pensar que tinha tido azar na noite, mas por 56 €, não só não posso ter azar, como tem que me sair o totoloto cada vez que abro a porta do restaurante. Foi por essa razão que não pedi o livro de reclamações. A minha disponibilidade para dar lições a quem não está interessado em aprender, é inexistente. Sendo assim, prefiro optar pela solução lógica para os meus problemas: não voltar a pôr lá os pés.
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