29.4.04

Escolhas

Quando escolhemos um cão tentamos evitar certas raças onde, "diz que", um instinto animal indomável poderá subsistir. Já todos ouvimos histórias sobre cães que "enlouquecem" e se viram contra os donos, e tentamos evitar a antecipada dentada. Já com os filhos, temos a certeza que eles nos vão abocanhar mais cedo ou mais tarde, mas "compramos" de bom grado um desses trambolhos, aguardando serenamente pelo flagelo futuro.

No caso dos animais, tentamos convictamente contrariar a sua ferocidade inata, apesar de a reconhecermos à partida como impossível de anular. Na procriação, damos provas de uma tolerância ilimitada, aceitando, resignados, os sintomas da herança genética que propagámos e a sua transcendente fatalidade. Há alturas na vida, em que não temos outro remédio senão refugiarmo-nos num destino conceptual para lidarmos com momentos de tragédia.

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