14.4.04

Lá fora

Uma cigana desce a Rua Castilho com o marido/companheiro. Enquanto percorre o seu caminho vai aproveitando os semáforos vermelhos para ir pedindo esmolas à janela dos carros parados. A forma indolente como encarava a aparente miséria em que vive, aliada a uma certa imagem de espiritualidade e solidez da cultura cigana, fez-me pensar que se confirma nestas pequenas coisas que este povo vive fora do (nosso) mundo, com regras e necessidades diferentes, começando por uma hipotética indiferença relativamente ao dinheiro. Vendo-os no seu dia-a-dia, podia mesmo pensar-se que, eles sim, vivem do ar.

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