11.5.04

Barcelona, meu amor

Estive três dias em Barcelona a visitar a comunidade de jovens artistas portugueses que se encontra exilada na Catalunha. O que eu vi por lá lembrou-me as fotos das abastadas famílias portuguesas que fugiram para o Brasil, na altura do 25 de Abril, e que o Expresso publicou no fim-de-semana do 30º aniversário de revolução. Forçadas pelas circunstâncias históricas a recomeçarem uma vida, todas sem excepção conseguiram arranjar uns minutinhos para tirar umas fotos de grupo, nas praias de Búzios, com um ar bestialmente saudável e bem disposto, mergulhadas nas águas quentes e numa idílica felicidade. Para trás, além de umas herdades, deixaram igualmente a revolução socialista e presumo que isso fosse o suficiente para esboçarem um(s) sorriso(s) sentido(s). Em Barcelona, os jovens portugueses conseguiram retomar esta modalidade de exílio. Foram à procura de uma vida melhor e parece que bastou desembarcarem do avião para tropeçarem nela. Confesso que senti alguma inveja.

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