Seis meses
Seis meses de blog. Uma data sem relevância mas tem que se começar por algum lado, já que tenho vindo a sentir que o tempo custa a passar por estas bandas. Começo a ficar cansado de uma blogoesfera virada para dentro de si própria, onde escolas de pensamento blogoesférico se limitam a catarem-se umas às outras. Tendo começado por ser um escape para o sufoco do dia-a-dia, esta criação virtual tem vindo aos poucos a tornar-se numa extensão esplendorosa desse mesmo sufoco.
Devia aproveitar a ocasião para um período de reflexão, mas como estou sem tempo para isso, prefiro usar para esse efeito umas palavras que li recentemente e com as quais concordo na sua generalidade:
«Noto um certo cansaço na lusa blogolândia. Uma cada vez mais reduzida circulação de olhares pelos escritos dos outros, uma cada vez maior circulação em circuito fechado tu citas-me a mim, eu cito-te a ti, somos amigos, colegas, camaradas de partido. Talvez tudo isto tenha a ver com a repetição de ideias ou tiques, talvez tenha a ver com a transposição das capelinhas nacionais para o mundo internético. Jornalistas que escrevem por aqui e são lidos (e comentados) pelos colegas que, por sua vez, também têm o seu blog e são reciprocamente lidos e comentados. Berloquistas de esquerda e neo-cons lidos e citados reciprocamente. Escritores, poetas e aspirantes a. Há também todos os outros - muitos e muitos deles de muito boa qualidade (talvez de maior qualidade) - e se calhar todos estes olhares seriam merecedores de maior atenção e leitura do que os primeiros. Porque não têm o tempo de antena "no exterior", porque têm um olhar diferente. Porque, sendo a internet um outro espaço, mau seria se fosse apenas a repetição dos espaços habituais. Será por isso que este abrandamento de interesse surge.» Planeta Reboque.
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