Sportinguismo
Penso que todos os sportinguistas sabiam que iam perder com o Benfica. Não por o Benfica ser superior ao Sporting, mas por ser o nosso destino. Em tempos recentes, o acaso fez com que nos permitíssemos suspirar convictamente por títulos, conquistas suadas e "regularidades exibicionais", desviando-nos momentaneamente da essência catastrófica da nossa condição de adepto "leonino". Este tipo de derrotas vem repor, não tanto a verdade, mas a organização cénica do futebol português.
O Sporting nunca poderá ser maquinal como o Porto ou anacronicamente ambicioso como o Benfica. A nossa função é a de carregar o fardo de um certo sebastianismo, na nação futeboleira. No Sporting não se luta por resultados mas sim por uma multifacetada glória, por uma genialidade fugaz, de olhos postos no horizonte. Não choramos as derrotas, choramos as vitórias, enquanto tropeçamos nas cadeiras da fila da frente, durante um abraço extático a um qualquer desconhecido, vestido de verde e branco. Neste contexto, só posso mesmo agradecer a um Benfica que se quer "à Benfica", mas que se fica por uma imagem miserável da fantasia inerente a esse slogan, por nos ter ajudado a voltarmos a ser, também nós, iguais a nós próprios.
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