23.6.04

Pequenos ódios

Não suporto pessoas que impõem os seus direitos. Desde o tipo que se atira para a passadeira, na ilusão que os carros conseguem sempre parar a tempo e que não vai andar a apanhar bocados dele próprio da estrada se isso não acontecer, até ao taxista que faz a Rotunda do Marquês de Pombal pela faixa de fora, protegidinho pelo código da estrada em caso de acidente, o que lhe permite não pagar um tostão dos arranjos e dos eventuais tratamentos médicos que possa infligir em quem tenta sair da rotunda.

Não tenho grande coisa a dizer quanto aos direitos em si, mas a sua efectivação nas mãos de gente mesquinha não podia prestar-se mais a um tiro pela culatra, em jeito de sacrifício por uma sociedade melhor, mais colaborativa. Não sou dado a actos de heroísmo absurdo, mas isto não é nada que uma travagem mais teatral, ou um ameaço de confronto com um taxista (dono de Portugal por definição) que se apresenta desgovernado pela esquerda, não resolva. Basta relembrar o carácter finito da nossa vidinha, debilitada por uma arrogância desprotegida face à lei e à física, para fazer desmoronar princípios.

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