29.7.04

Marcas

Passo por uma agência funerária onde é anunciado na montra que a gerência está a cargo de um Sr. Domingos Mega. À porta, vejo um homem nos seus setenta anos, a conversar alegremente. Talvez influenciado pela aparente exiguidade da loja, suponho que seja ele o Sr. Domingos Mega, forçado pelo Verão a abandonar o seu posto. 

Esta informação quanto à orgânica interna da funerária, leva-me a crer que em tempos terá sido um reputado cangalheiro. Ninguém diria. A olho nu, parece apenas um homem que discorre alegremente, em frente a uma loja tumular, há pelo menos trinta anos. Parece apenas um resíduo naufragado do passado.

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