Votar no homem
Diz-se por aí, como que as pessoas votem em homens e não em partidos. Assumindo que ninguém quer com isto dizer que se os manos Portas trocassem de partido, também os seus eleitores trocariam de quadrado no boletim de voto, parece-me que mesmo a versão intra-partidária não é particularmente sustentável.
Numas eleições em que se votou claramente contra um homem (Cavaco) e a favor de outro (Guterres), como foram as de 1995, a transferência de votos entre o PS e o PSD rondou os 15%. Já nas últimas eleições, em que as pessoas não chegaram a votar a favor de alguém, apenas contra o Guterres, essa transferência ficou-se pelos 7% aproximadamente. Considerando que será esse o valor de um bom candidato, ou de um mau opositor, fica aquém da tal noção de que a "maioria das pessoas" vota em líderes, e não em ideias que se confundem com as dos partidos que os elegem para esse cargo.
A "maioria das pessoas" está mais preocupada com as prestações da casa do que com o que o Pacheco Pereira diz, pelo que, se tudo falhar (leia-se se todas as alternativas forem más), votam em quem sempre votaram.
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