20.9.04

Envelhecer

Ontem, na praia de Cabanas, quatro jovens discutiam bronzeados uniformes enquanto esperavam, à beira-mar, por cenas dos próximos capítulos. Apercebemo-nos amargurados que as nossas peles já não são capazes de tal proeza: de agir como um todo. Quando deixamos de crescer em altura o tempo começa a atacar-nos o corpo de uma forma cirúrgica. Multiplicam-se os subsistemas e a vulnerabilidade. Os órgãos adultos recusam o destino comum. Abandonam o ninho, insurgindo-se contra a unidade viçosa do corpo adolescente. Ganham vontade própria, gastam-se em arritmia e conduzem-nos caoticamente ao nosso fim.

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