30.9.04

Radiofonias II

Num passado recente, a única razão que evitava que uma locutora de rádio se engasgasse quando nos informava que a música que tinha acabado de tocar se intitulava "Too drunk to fuck" era porque sabia que muito poucas pessoas no auditório compreendiam o inglês que antecedia a palavra "fuck" e, mesmo que o fizessem, ficavam atoladas na subtileza que separa o excessivo "too" do instrumental "to", passando assim ao lado do potencial anarquizante de tal título. Hoje em dia, somos todos demasiado sofisticados para precisarmos de traduções simultâneas, ou mesmo para nos chocarmos.

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