27.10.04

Professor Pardal

Ontem, enquanto tomava banho, dei por mim a pensar em espécies em vias de extinção. Lembrei-me que já há uns anos que não via alguém usar camisas abertas com t-shirts por baixo (sem t-shirt ainda se vão vendo) e que os sapatos que comem meias tinham desaparecido misteriosamente de circulação. Afinal enganei-me. Um par que comprei recentemente é a última encarnação dessa praga que julgava extinta desde a minha adolescência.

Motivado por uma putativa maturidade que se terá desenvolvido em mim nos anos que se passaram desde o meu último encontro com um destes espécimenes, encetei uma derradeira tentativa para perceber o mecanismo por trás desta deglutição e, quiçá, evitá-la. Testei algumas hipóteses para saber se devia apertar muito ou pouco os atacadores, perdi-me nos meandros das implicações dos diferentes materiais das meias, do seu estilo (cano curto vs. cano longo) e cheguei mesmo a analisar diferentes posições do pé enquanto andava. Não consegui chegar a uma conclusão satisfatória.

Acho que vou mesmo ter que recorrer a estes dois patuscos. Já está na altura de deixarem de perder tempo a fazer desaparecer pirexes usando óleo vegetal e começarem a preocupar-se com questões verdadeiramente fulcrais.

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