Sexta-feira
Tenho saudades dos tempos em que a noite de quinta-feira podia ser uma criança, dos tempos em que eu conseguia usá-la em toda a sua extensão sem me lembrar que o arrependimento me iria acolher de braços abertos quando, duas horas depois de chegar a casa, tivesse que abrir os olhos para tentar ingloriamente produzir. Reconheço que esta capacidade de antecipação me retira algum encanto, alguma "perigosidade". A racionalidade descontrolada enterra-me lentamente na banalidade. Deve ser a estas fases de transição que chamam "a puta da idade".
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