3.11.04

Terra de ninguém

Quando iniciamos um blog pensamos que vamos finalmente poder escrever tudo o que sempre quisemos dizer. Passado algum tempo, olhamos para trás e vemos que acontece exactamente o oposto: só escrevemos o que não queremos dizer ou, pelo menos, o que não queremos dizer a um outro, palpável. Escrevemos para nós próprios ou para ninguém, deixando palavras ao abandono na rede numa aproximação discreta à literatura. Ultrapassamos lentamente o imediatismo da comunicação diária para chegar a um cocktail composto de eternidade e de vazio, em partes iguais.

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