Quo Vadis
Não gosto de um mundo em que o voice mail não é usado, em que ele foi trocado por uma críptica mensagem de chamada não atendida, à laia de sucedâneo. "Não deixo mensagem porque ele vai ver o meu número e depois liga-me". É deprimente assistir a mais uma das aplicações da lei do menor esforço, ver pessoas a invocar a eficiência como artigo único de um código de conduta.
Por muito que se abrevie alguém, não há equivalência prática entre uma mensagem de voz e um espasmo algorítmico desenvolvido pela Nokia. Não só não é possível reduzir a densidade ontológica do outro a um toque, como não faz sequer sentido tentar, sobretudo considerando que graças àquela espantosa tendência para asneirar porque podemos, nunca se sabe o que nos espera do outro lado da linha.
Pela minha parte, limito-me a não responder a quem não se dá ao trabalho de ser ouvido. Todo o cuidado é pouco quando confrontados com iniciativas não solicitadas de desconhecidos. As adivinhações deixo-as para o Luís de Matos.
2 Comentários:
não tenho o hábito de ouvir mensagens de voz mas ligo (quase) sempre de volta
;)
«espasmo algorítmico» é muito bom.
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