Variações à volta da taxa de esforço
Enquanto vou empobrecendo vertiginosamente, lembro-me de experimentar pela primeira vez uma hidromassagem caseira, enfiado numa banheira demasiado pequena. Vitimizado pelo pato bravo que deu origem à escola de pensamento do "neo-luxo em T2" e que me obriga a alternar entre ter os joelhos ou o tronco fora de água, o meu pensamento vagueia da impossibilidade de evitar que as pessoas pensem que uma hidromassagem é apenas um sinónimo de masturbação no banho, às recordações de dias melhores vividos a boiar nas ondas, em destinos longínquos.
Apesar de acabrunhado pela redução ao absurdo que é o conceito de qualidade de vida na classe C1, em tempos de penúria, a tepidez tropical da digressão relembrou-me uma sábia frase que me foi transmitida há uns anos e que evitou, por diversas vezes, que fizesse algo de imbecil como poupar dinheiro para o poder gastar com sensatez: há uma vida mais barata do que esta, mas não é tão boa. Se a necessidade não inventar mais nada, ao menos que produza filosofias de pacotilha.
2 Comentários:
Como me diz frequentemente o meu Sampaio interior: "há vida para além das dívidas"
Eu diria mesmo: só há vida para além das dívidas. Isto seguindo aquela teoria que só "existes" quando a vida foge ao teu controle.
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