27.1.06

Transposição

Um cínico pretensioso e poliglota parte do princípio que as traduções falham e que falham fruto da ignorância do tradutor. Em última análise, está preparado para que essa mesma ignorância latente destrua um livro. No entanto, uma má tradução (ou um mau tradutor) pode salvar um mau livro, recorrendo em larga medida à componente criativa do erro. No caso de "O Grande Salto", traduzido para a Teorema pela Sr.ª D. Maria Augusta Júdice, isso acontece quando, entre diversas transmutações desastradas, a senhora nos explica, numa proverbial e rendentora "N. da T.", que o dub é "um tipo de música reggae marcado por sons estranhos, inesperados e descontínuos". É simultaneamente trágico e tocante ao ver alguém a debater-se em público.

4 Comentários:

At 2:57 da tarde, Blogger João Amaro Correia disse...

sem contemplações!

 
At 5:03 da tarde, Blogger Victor Lazlo disse...

Deste que me matam o "Fio da Navalha" e o "Terna é a Noite", passei a ler as obras anglo-saxónicas no original.

 
At 9:40 da tarde, Blogger O Silva disse...

Luz: Muito obrigado.

Victor: Eu normalmente também tento seguir essa regra, mas às vezes é difícil resistir à tentação da crítica fácil.

 
At 4:05 da tarde, Blogger antidote disse...

traducoes obra de arte, exemplo de uma:

D Quixote de Cervantes, tradizido por Aquilino Ribeiro.

 

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