Relativismo
Portugal jogou mal. Os ingleses jogaram pessimamente. A selecção deixou de vencer à Porto, para vencer à Sporting. Nesta versão, todos os embates ganham imediatamente uma dimensão épica. Jogamos por nós e pelos adversários, num exercício da mais pura grandeza de alma, em noites pródigas em heroísmos e sofrimento. Durante anos é provável que vá assistir emocionado ao grandioso desfecho do jogo, em que o penalti do Ricardo irá sempre surgir como um tratado sobre como desenterrar mortos-vivos e levá-los ao Olimpo (pelo menos até à meia-final).
Nestes dias vivemos num Portugal alegórico, em que apesar das nossas imperfeições ombreamos com algo de sublime. No entanto, todos sabemos que se algum dia esta versão do país se viesse a concretizar, acabaria conosco. Passaríamos a ser finlandeses e é sabido que essa malta não se dá bem com o calor.
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