Parem as rotativas!
Acabei de descobrir que esta chafarica fez um ano na passada sexta-feira. Nunca pensei que o entulho que pulula na minha cabeça desse para alimentar doze meses de blog: nada melhor do que acabar com o Classe Média numa ocasião como esta.
Nos últimos tempos tenho vindo a arrastar-me pela blogosfera. Não que a produção de lixo mental tenha parado, eu é que finalmente devo ter ficado com vergonha de deixar tão vil legado. O que é certo é que o blog perdeu o seu propósito e, pior do que isso, começou a exigir demais de mim.
Talvez num blog colectivo me continuasse a divertir, mas uma vez que decidi trabalhar por conta própria, não faço tensões de viver acossado pelas regras que eu mesmo criei. A minha identidade como blogger pode ser encontrada na coluna da direita. Se alguém me quiser contratar, estou disponível, ma non troppo.
De resto, como me faltam as palavras para rematar a despedida, convidei o Paul Éluard (que se tem vindo a revelar adequado para estas situações) para escrever uns versos sobre a experiência do blogger que desiste:
L'aube je t'aime j'ai toute la nuit dans les veines
Toute la nuit je t'ai regardée
J'ai tout à deviner je suis sûr des ténèbres
Elles me donnent le pouvoir
De t'envelopper
De t'agiter désir de vivre
Au sein de mon immobilité
Le pouvoir de te révéler
De te libérer de te perdre
Flamme invisible dans le jour.
Si tu t'en vas la porte s'ouvre sur le jour
Si tu t'en vas la porte s'ouvre sur moi-même.
Nota: Eu sei que deixar poesia em francês no blog é uma tentativa ridícula de parecer sofisticado, sobretudo porque para arriscar uma tradução, eu próprio teria que saber de que é que o Paul está a falar, mas as despedidas são sempre inglórias...