Boas listas são um objecto bestialmente estimável.
Listas de ódios têm uma abrangência temática ilimitada e dão-nos a oportunidade de sermos infinitamente picuinhas, ou abertamente snobs, qualidades que só por si as colocam no topo do ranking global das listas personalizadas. O meu problema pessoal em elaborar listas de ódios é simples: rapidamente daria por mim a odiar tudo,
for the sake of it. Este facto só por si seria bastante preocupante, pelo que me poupo ao momento de introspecção que daí adviria. Não me apetece perder uns minutos a tentar descobrir como é que se consegue conciliar o ódio generalizado com a
joie de vivre porque sei que acabaria, mais cedo ou mais tarde, por me sair com uma tirada transbordante de humanismo bacoco, em jeito de resolução existencial. Alguma coisa do tipo: adoro tudo o que odeio. É um exercício de auto-ajuda perfeitamente dispensável.