Diz-se por aí que o PSD deve fazer o que é melhor para Portugal. Para mim não é evidente que o Santana não seja o melhor para Portugal, especialmente se ele se tornar Primeiro Ministro para levar a cabo o programa eleitoral do Durão. Aliás, só nessas condições seria aceitável que o Zé Manel fugisse para a Europa.
Não gosto de unanimidades, especialmente unanimidades em que, para além do homem gostar de festas e de mulheres, não é evidente quais são os outros "defeitos" que levem os que se insurgem contra a remodelação a afirmar de forma terminante que é "óbvio" que o senhor não presta para o cargo. Ah! É verdade. Tinha-me esquecido que ele também é "um demagogo e um populista"...
Pessoalmente parece-me que o Santana se pode tornar numa espécie de Scolari do governo: não sendo um prodígio da técnica, pode ser um bom líder, em todo o caso, melhor líder que o Durão, e sem dúvida melhor do que o Ferro, e isso parece-me que é o essencial, desde que se rodeie dos famigerados "tipos competentes", o que não tem abundado no governo actual. Como sempre, prefiro espera para ver. No pior dos casos, daqui a dois anos, o homem voltaria democraticamente à base, depois de julgado nas urnas pelos quatro anos de governo PSD/CDS.
No entanto, o problema não reside aqui. Já que aparentemente a questão das eleições antecipadas está nas mãos do PSD, não percebo como é que estes rapazes não se organizam antes que seja tarde demais. O Durão deixou-os sem alternativas. Não há espaço para os habituais barões tentarem a subida ao poder, sem provocar a inevitável instabilidade que os vais meter na oposição, sem passar pela casa da partida. Neste cenário, só há espaço para o Santana. Do ponto de vista do PSD, ou se é pragmático ou suicida. Não há meios-termos. Só lhes resta engolir o sapo e a nós (que acreditamos, apesar de tudo, que o caminho escolhido pela coligação é o caminho certo), até ver, também.
Do ponto de vista de um tipo perfeitamente mediano (eu), as coisas são fáceis de resolver. A metafísica política não paga contas no fim do mês.